Relação dos Vídeos (áudios)

Entrevista de Antônio Carvalho

Bate Papo on-line de internautas com Antônio Carvalho em 31/10/2006 na Rádio Bandeirantes

Andréia diz: Você lembra como foi a sensação quando estreou nos microfones da Rádio Bandeirantes? Volte logo! A sensação que tive quando estreei nos microfones da Rádio Bandeirantes foi de estupor, de que eu estava no paraíso, porque era um sonho muito grande trabalhar na rede Bandeirantes. Eu entrei mais fácil na USP do que no teste da Bandeirantes. Eu só consegui entrar na Rádio Bandeirantes, em outubro de 1969, em um segundo teste, porque no primeiro eu não passei. Estreei nos titulares da notícia, mas eu ainda estava muito nervoso, cheguei a passar alguns meses sentindo que o coração ia sair pela boca, mas depois fui me acalmando.

Sérgio Antônio diz: Existe tristeza pelo seu afastamento ou você considera que tudo isso que está acontecendo faz parte de um processo de aprendizado? Não existe tristeza pelo fato do afastamento. Considero parte do aprendizado. O que sinto é saudades dos ouvintes e dos colegas. E eu com aquela conversa de tentar ensinar os ouvintes com palavras, nunca pensei em tristeza. Hoje estou preparado para enfrentar qualquer coisa, não tenho medo de morrer. Tudo o que começa, cresce, dá frutos e termina.

Danilo diz: Desde quando você se interessa por temas místicos e esotéricos? Qual foi a reação da direção da Rádio Bandeirantes quando você começou a abordar esses temas espiritualistas na Rádio pela primeira vez? Qual o retorno que você tem dos ouvintes ao abordar temas como esses? A Bandeirantes sempre me deu muita liberdade, nunca fui muito policiado. Uma vez ou outra, me pediram para maneirar alguns comentários sobre algum assunto, mas foi só isso. Agora, a entrada nesses assuntos esotéricos foi se dando devagar, eu ia passando as informações aos ouvintes. Se eu fosse falar o que falo hoje há dez anos, eu seria internado. Ainda não fiquei louco, e continuo descobrindo coisas e passando para os ouvintes. Esse assunto fica muito árido, a não ser que a pessoas passe antes por uma escola de iniciação nesses mistérios. O retorno que tenho dos ouvintes é fantástico. Um dia eu disse algo no ar sobre quando vi o Sol, uma visão. Eu não vi o Sol, vi um arcanjo enorme, identifiquei como Mikael. Quando eu contei o que vi, no ar, colegas e a produção do Grande Sampa questionaram que resposta eu receberia. Recebi 35 e-mails. O retorno dos ouvintes é fantástico. Tudo o que falo no ar tem um começo, meio e fim.

Dezenas de internautas e ouvintes dizem: Olá, Antonio Carvalho, quando o senhor volta para a Rádio Bandeirantes? Eu gostaria de responder a todos, meus queridos amigos ouvintes, que se dependesse de mim, já teria voltado. Estou em um tratamento difícil, de leucemia, mas é uma leucemia tratável. Ela está paralisada, praticamente não existe mais. Porém, se transformou em linfomas, são gânglios que incham e viram uma tumoração dele. No meu caso, os glóbulos brancos diminuíram por isso a minha resistência física não está boa. Assim, não posso me misturar com outras pessoas. Como há uma boa recuperação, acredito que não demoro a voltar, mas não posso fixar uma data. Estou bem, e se não der para voltar neste ano, volto no começo do ano que vem.

Carmem diz: Carvalho, querido. Você faz falta. Queria saber qual foi, na sua opinião, a melhor fase na Rádio Bandeirantes? Eu tive várias fases na Bandeirantes, e gostei de todas elas. Para mim foi um prazer muito grande ser um noticiarista e comentarista de notícias na equipe Os Titulares da Notícia, pois isso era um máximo no jornalismo de rádio da época. Na década de 70 eu tive um programa que foi Verdadeira Coqueluche nos rádios de São Paulo. Era o Bandeirantes Freqüência Balançada, nas 9h às 11h30 da noite, todos os dias, e foi nesses programa que comecei a fazer crônicas convidando o ouvinte a pensar um pouco, e daí acabei caindo nos assunto que comento hoje. Todavia, acho que a minha melhor fase é a atual, pois como me sinto muito feliz comigo mesmo, pelo que descobri sobre a vida, sinto-me bastante útil ao passar este conhecimento aos ouvintes.

Nanda diz: Sou estudante de jornalismo e queria dizer que o admiro muito. O que mais mudou no rádio desde que começou sua carreira? Eu acredito que mudou tudo, Nanda. Para começar, quando ingressei no Jornalismo, não escolhi um curso. Depois a Eca começou, a Cásper Líbero também. A ECA é o mais conglomerado atual. A rádio mudou muito. Hoje a concepção de locutor mudou muito porque houve uma época que o Helio Ribeiro, vetou um nome porque parecia que a pessoa tinha uma batata na boca. Hoje caiou esse tipo de concepção. Não se escolhe mais uma voz bonita, mas sim pela capacidade de assimilação de fatos e pelo conhecimento de outras línguas. Essa pessoa pode ser enviada para várias partes do mundo. Mudou muito o jornalismo, e eu acredito que a Internet vem dar um colorido diferente. Ela tem muito a crescer e a inventar nessa área de jornalismo

Rosângela diz: Carvalho estamos torcendo por sua recuperação. Do que você mais sente falta neste período de afastamento? Luciana diz: Fico feliz por estar um pouco mais próximo de nós, já que não esta me acordando todos os dias. Gostaria de saber dos programas que você apresenta qual que está sentido mais falta. Rosângela, eu agradeço a você e a todos que torcem pela minha recuperação. O que mais sinto falta é o contato diário com vocês, mas principalmente no Grande Sampa em que faço aquela conversinha no ouvido. Confesso que havia pensado em qual programa sinto mais falta, Luciana. Tenho um carinho especial pelo Arquivo Musical, que apresento desde o começo da década de 70. São Praticamente 32 anos apresentando o programa, que é o mais antigo apresentado pela Rádio Bandeirantes.

Claudete diz: Você já pensou na primeira coisa que vai dizer quando voltar a comandar o microfone do Arquivo Musical? Claudete, parece que você leu meu pensamento. Acho que o melhor que posso fazer é comentar sobre eu mesmo e relacionar a vocês, sobre tudo o que vocês fizeram pela minha volta. Eu tenho pensado um pouco e acredito que devo falar um pouco sobre isso e sobre o meu aprendizado. Eu sempre digo que o mal é bem, e que o bem é mal. A vida é um jogo, do certo e do errado, da esquerda e da direita. Não consigo ser um ou outro, sou os dois. Obrigado

Palavras de carinho: Ubertinas diz: Meu irmão, como está fazendo falta! Esperamos o seu retorno o mais breve possível. Luiz diz: Escuto o arquivo há mais de 35 anos. Tenho muitas saudades das musicas italianas nos anos 60 Osvaldo diz: Que Deus ilumine sua saúde e sua volta para muitos e muitos anos mais. Avanilton diz: Espero que esteja se recuperando bem. Ubertinas, muito obrigado pela sua manifestação. Como já disse, espero voltar em breve. Muito Obrigado. Luiz, eu também tenho. Se eu fosse tocar as músicas só da minha preferência, talvez eu viesse a perder audiência, porque gosto de músicas e épocas anteriores à minha. Mas infelizmente a Bandeirantes não tem mais disco de vinil. Só podemos tocar o que tem em CD, por isso fica mais difícil tocar músicas mais antigas. Osvaldo, obrigado pelos votos, desejo o mesmo a você e à sua família. Avanilton, estou me recuperando, e espero voltar ainda no fim deste ano, ou no começo do ano quem.

Manuel diz: Por que o rádio tem tão pouca memória? Estou, faz pelo menos dois meses, buscando dados biográficos sobre Corifeu de Azevedo Marques, sem nenhum tipo de resultado. Já consultei ABI, CEDOM, Almanaque Abril, Enciclopédia Delta Larousse, Jornal "O Estado de São Paulo". Um grande abraço! Manuel, você quer dados sobre Corifeu de Azevedo Marques ele foi apresentador do Grande jornal falado Tupi, das décadas de 50, 60. Eu não gosto de dizer que o Rádio tem pouca memória, nós é que temos pouca memória. Na verdade, o ser humano não gosta dê se apegar ao passado, seguindo uma frase, de minha autoria: a vida é para frente, para o alto, por isso o dia de hoje é melhor do que o de ontem e será pior do que o de amanhã. Acredito que, neste contexto, é que pensamos mais em presente e futuro do que em passado. Acredito que você consiga bastante informação sobre o Corifeu no Google. É lá que você encontra. Outro local em que você pode procurar é o Museu da Imagem e do Som.

Juca diz: Haveria a possibilidade de uma mensagem gravada de cinco minutos sobre o título que dá origem a esta mensagem? Juca, não sei a qual mensagem você se refere. Mesmo que eu gravasse, não sei como isso poderia chegar a vocês.

Padinha diz: Você acredita que a luta cultural é mais importante do que a política? Padinha, eu acho que você usa palavra luta como metáfora. Eu prefiro dialética, seria o choque dos contrários, que acaba sendo uma luta também, mas esse choque dos contrários é em decorrência do que eu comento sempre no Grande Sampa. São os pólos negativo e positivo. Você encontra isso até nas religiões. Na bíblia, Eu sou o Alfa e o Ômega, ninguém chega ao Pai sem passar por mim. Atribuem essa frase a Jesus. O sentido dela é: ninguém ao plano da intuição sem passar pelo jogo da inteligência ou da razão. Não sei como estabelecer diferença entre política e cultura. Nós temos uma política monetária, uma econômica, partidária, cultural. Então, política, é um termo aplicado com um sentido mais amplo, por isso, acredito que ela é tudo hoje em dia, até na cultura. Apesar de que quando ouvimos falar em política, a expressão soa mal devido à corrupção.

Sandra diz: Carvalho, você deve receber apoio de muitos ouvintes, pois sem você estamos órfãos. Você tinha idéia de que era tão querido? Sandra, quando a gente está no ar não temos noção exata das pessoas que estão nos ouvindo. Não dá para ter idéia de que somos muito, ou pouco, querido dos ouvintes, por isso, agradeço à minha doença, que me permite saber como sou tão querido dos ouvintes.

Mais palavras de carinho: Dirceu diz: Sou assíduo ouvinte do seu programa, gostaria de saber quando você voltará. Pedro diz: Quero agradecer pelas boas madrugadas em que tive ouvindo o Grande Sampa. Sua conversinha de pé de ouvido mudou minha vida. Álvaro diz: Nunca escrevi para programa algum de rádio, mas desta vez não posso deixar passar esta oportunidade. Não quero perguntar nada; apenas desejar tudo de bom e dizer que estou torcendo por sua recuperação. Dirceu, muito obrigado pelas suas palavras, e como disse anteriormente, espero voltar no fim deste ano, ou no começo do ano que vem, assim que tiver liberação médica. Pedro, não há o que agradecer. Eu, sim, tenho que agradecer a receptividade de todos vocês, e fico contente com o proveito que você tirou do conversinha de ouvido. Álvaro, você disse que nunca escreveu para programa de rádio, mas acho que você não precisa dizer mais nada, acho que já disse tudo. Obrigado.

Luis diz: Carvalho, a partir de qual idade você adquiriu essa voz potente? Essa sua pergunta é interessante, Luis. Eu tinha 12 para 13 anos quando eu fiz um curso chamado Admissão ao Ginásio. Era um curso de férias, de três meses, e eu me lembro quando a professora chamou meu nome. Meu nome completo é Antônio de Carvalho Filho. Eu respondi com uma voz tão aguda que parecia voz de menina, o que contrastava com o meu porte físico. Eu já era grandinho. No final desse curso, numa chamada de alunos, quando fui responder presente saiu agudo e grave ao mesmo tempo, e daí passei a falar grave, nunca mais falei fino.

Anônimo diz: Qual é a sua bíblia esotérica? O ouvinte anônimo me pergunta qual a minha bíblia esotérica. Eu poderia responder que ela simplesmente não existe, por que, esotérico é o que não foi publicado. O que foi publicado é exotérico e, portanto, é de acesso a todas as pessoas, mas confesso que aprendi muito na Teosofia de Blavatsky e principalmente com os ensinamentos do professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose.

Wilson Decaris diz: Na visão espiritual, como pode definir as doenças e sofrimentos em geral que todos nos passamos neste planeta? Wilson, Paracelso, na idade média, afirmava que não há doenças. Nós, é que nos fazemos doentes, o que foi repetido pelo pai da homeopatia, Samuel Haneman. Mokiti Okada, fundador da Igreja Messiânica, afirma com razão o que os esotéricos conhecem desde a quarta raça atlante: Somos, hoje, frutos do que fomos ontem. Ninguém passa pelo que não merece passar.

Agradeço a gentileza das colegas Sheila e Déborah e de todos os colegas da Bandeirantes, e principalmente, a você que participou desse rápido bate-papo comigo. E como mensagem final, para você raciocinar mais um pouquinho, deixo a velha frase que sempre digo: Que o dia de hoje seja melhor que o de ontem e pior do que o de amanhã. A vida é um eterno para a frente e para o alto porque obedece à um plano cósmico pré-estabelecido.

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